TÁ MÍLE FÁILTE ROIMH - YN FIL O WEILHAU CROESO - ARE A THOUSAND TIMES WELCOME - SEJAM MIL VEZES BEM VINDOS

sexta-feira, 28 de maio de 2010

VERCINGÉTORIX

Quem foi Vercingétorix?



Vercingétorix (72 a.C. — 46 a.C., Roma) foi o chefe gaulês do povo dos Arvernos que liderou a grande revolta gaulesa contra os romanos em 53-52 a.C. Seu nome em gaulês significa ver (" acima de", "supremo" ou "grande") ; cingéto ("guerreiro") e rix ("o rei" ou "o chefe").

Segundo se considerarmos que o ver se aplica a rei ou aos guerreiros, tem-se "o chefe supremo dos guerreiros", ou "o chefe dos grandes guerreiros".

Teria sido a inspiração para a criação de Asterix, personagem francês de história em quadrinhos e desenho animado.



A origem de Vercingétorix
Filho de Celtill, Vercingétorix serviu no exército romano e Júlio César, em 56 a.C., protegeu seu pai, permitindo-lhe afirmar-se como chefe de todos os arvernos, antes que estes assassinassem esse homem ambicioso que manifestava a intenção de ser rei. César, então, não interveio.



Revolta na Gália
A conquista da Gália pareceu fácil, apesar de alguns reveses, de alguns fracassos do lado dos germanos, do lado dos bretões da Inglaterra e dos venenses da atual Bretanha. Simplesmente mostramos sua importância política e a popularidade que César podia obter dela não somente em Roma, mas também junto a suas legiões, trampolim para um poder irrestrito que César utilizou sem vergonha e com o cinismo do um grande chefe militar e de um político capaz de todas as manobras e ardis para chegar a seus fins.
Durante o primeiro semestre do ano 53 a.C., aldeias foram incendiadas, povos foram massacrados, sobretudo entre os belgas. César fingiu acreditar que a Gália estava novamente pacificada, mas esperava pelo pior, e isso aconteceu em 23 de janeiro de 52 a.C., quando, na floresta de Orléans, no território dos carnutos, foi decidida, por ordem dos druidas e dos chefes gauleses finalmente reunidos, uma insurreição geral da Gália.
Essa insurreição revelou-se tanto mais necessária a seus chefes quando estes, bem-informados, seja por prisioneiros romanos, seja por espiões gauleses presentes em Roma e capazes de transmitir-lhes mensagens, não ignoravam as dificuldades políticas que os partidários de César enfrentavam em Roma.
Os carnutos, em 13 de fevereiro de 52 a.C., massacraram então os cidadãos romanos de Orléans e a notícia foi transmitida a toda a Gália por homens postados de distância em distância nas colinas e nas árvores; para a grande estupefação de César, atravessou centenas de quilômetros em algumas horas, de modo que todos os gauleses foram informados em pouco tempo.
Os avernos estavam sob a chefia de Vercingétorix.


Vercingétorix chefia a rebelião

Estátua eqüestre de Vercingetórix.


Vercingetórix, de início, encontrou dificuldades pela frente.
Foi expulso de Gergóvia, sua cidade natal, pelos dirigentes da comunidade que, por um lado, não queriam se lançar no que consideram como uma aventura e, por outro, viam com desconfiança o filho de Celtill que podia também querer reivindicar a coroa de rei dos arvernos, como fizera o pai, com o fim trágico que todos conhecem.
Vercingétorix sabia-se popular ir nos campos e recrutou vagabundos, diz-nos César, e certamente muitos camponeses ou mesmo lavradores privados de suas terras pela ocupação romana.
Com esse primeiro exército, penetrou em Gergóvia, exortou os habitantes da cidade à resistência, acabou por convencê-los e por expulsar os covardes e os traidores.
Consciente de que pode realizar na urgência uma espécie de unidade nacional, da qual talvez tenha ainda um sentimento confuso mas mesmo assim profético, ele enviou mensagens aos principais povos da Gália para convidá-los a se rebelarem e a se colocarem sob sua autoridade.
Seus delegados foram bastante convincentes para obter a aliança de senenses, parisienses, pictos, cadurcos, turões, aulercos, lemovices, andecavos e todos os povos que viviam às margens do oceano Atlântico, a oeste da Gália.
Para estar seguro de sua lealdade, exigiu, segundo o costume, que lhe fossem entregues reféns que serviriam de garantia.
Excelente organizador, ele recrutou soldados em cada povo, ao qual ordenou a fabricação urgente de armas, dando prazos imperativos de entrega.
Sabia que a cavalaria é a arma do movimento e da decisão suprema numa batalha, e zelou por sua formação.


Ameaçou queimar vivos ou torturar até a morte os que pensassem em traí-lo, e inclusive deu exemplos aterrorizantes entre os que mostraram alguma fraqueza ou algum medo, cortando-lhes as orelhas ou furando-lhes os olhos, antes de enviá-los de volta para casa.
Escolheu um de seus lugares-tenentes, Luctero, um cadurco, para comandar um exército que se instalará entre os rutenos do Rouergue (sul da França atual), enquanto partiu à frente de um exército sólido e disciplinado, o que era uma novidade entre os gauleses.
Mas Vercingétorix serviu no exército romano, entre os bitúrigos. Estes, aliados de César, pediram auxilio aos éduos, que enviaram tropas e cavaleiros, mas, temendo a aliança dos bitúrigos com os arvernos, não atravessaram o rio Loire e voltaram para suas terras.
O temor tinha fundamento, pois os dois povos uniram, de fato, seus exércitos.
Por seu lado, Luctero sublevou os povos do centro da Gália para poder atacar a província da Narbonesa.
César, ao tomar conhecimento dessas más notícias da Gália Cisalpina, para onde se retirou, como de hábito, para passar o inverno, estava diante de um dilema, na falta de tropas suficientes. Devia dirigir-se para Bourges ou para a Narbonesa, sabendo que em ambas as hipóteses se arriscava a perder?
Ele escolheu a segunda, próspera e pacificada há muito tempo, preferindo o risco de perder territórios do lado das Gálias do que ver uma província romana recair sob a dominação gaulesa.
Chegando a esta, e após uma visita de inspeção a Toulouse e a Narbonne, enviou contingentes armados aos hélvios do Vivarais para pressionar os vizinhos destes, isto é, os arvernos de Vercingétorix, por sua presença militar ameaçadora.
Ele próprio, contra toda expectativa nesse período de inverno, conseguiu atravessar em pouco tempo a região das Cévennes e atacar o território dos arvernos, que chamaram Vercingétorix em socorro.
Depois, deixando o grosso do exército aos cuidados de Bruto, César foi a Viena, onde se achavam importantes elementos de uma cavalaria pronta a combater, e, remontando em direção ao norte, atravessou o país dos éduos, cuja atitude hesitante lhe pareceu suspeita, para mostrar sua força, e acampa entre os língones.
Vercingétorix, segundo as previsões de César, desguarnece então suas posições do lado de Bourges e parte às pressas para Gergóvia, a fim de auxiliar seus compatriotas.
César deixou em Sens duas legiões e, após confiar uma parte das tropas a seu lugar-tenente C. Trebônio para fazer o assédio a uma cidade gaulesa do Morvan (talvez Beaunet, no Loiret), cerca a cidade de Genabum (Orléans) com duas legiões que se instalam junto à ponte sobre o Loire para impedir a fuga dos habitantes.
Estava decidido a punir de maneira exemplar essa cidade que deu o sinal da insurreição e após tomá-la com facilidade, mostra-se implacável: seus liderados queimaram, saquearam e massacraram.
César marcha, a seguir, sobre Bourges.
Advertido dessa aproximação, Vercingetórix deixou precipitadamente Gergóvia e retornou em direção a Bourges, indo primeiro em auxílio de uma cidade em bitúrigos, cuja localização exata é hoje difícil de saber e as legiões de César invadiram, antes de os centuriões e as tropas tomarem posse.
À aproximação da cavalaria ilesa e dos primeiros elementos do exército de Vercintóirix, os habitantes dessa cidade, inicialmente submetidos pelos romanos, buscaram livrar-se deles, mas, vendo que a cavalaria gaulesa fora derrotada pelos cavaleiros romanos, acabam se submetendo definitivamente.
César, tranquilizado, prosseguiu seu caminho em direção a Avaricum (Bourges).
Ao dividir as tropas gaulesas por suas investidas, ao surgir onde não era esperado, ele desorganizou o dispositivo militar de Vercingétorix e desmontou a armadilha que o obrigava a escolher entre a perda da Narbonesa ou das Gálias.
Daí por diante, ele foi de novo o mestre do jogo militar.
Vercingétorix decidiu então empregar meios extremos e praticar o que chamaríamos hoje a política da terra arrasada.
Os gauleses corajosamente a aceitaram como um último recurso. Incendiaram suas aldeias e casas a fim de impedir os romanos de se reabastecerem de forragem e alimentos de primeira necessidade.
Queimaram inclusive cidades, não apenas entre os bitúrigos mas entre seus vizinhos, ou em regiões limítrofes que os romanos teriam tentado ocupar para escapar à escassez.
César, que conhecia perfeitamente a psicologia dos gauleses, escreve a esse respeito:

Se tais meios parecem duros e rigorosos, os gauleses devem achar ainda mais dura a perspectiva de verem seus filhos, suas mulheres reduzidos à escravidão e eles próprios perecerem, sorte inevitável dos vencidos. (...) Por todos os lados só se vêem incêndios: esse espetáculo causava uma aflição profunda e universal, mas seu consolo era a esperança de uma vitória quase certa que faria esquecer prontamente, todos esses sacrifícios.


A questão colocou-se a Vercingétorix: Bourges devia também ser queimada?
O chefe gaulês estava decidido a isso, mas os habitantes da cidade lhe imploram a não agir assim, argumentando que Bourges seria facilmente defendida, situada numa colina e cercada de um rio e de um pântano.
Vercingétorix cedeu a esse pedido e confiou a defesa do lugar a seus melhores soldados.
A piedade, num militar, é má conselheira: Vercingétorix acabou de cometer um erro que não deve ser cometido e que terá tristes consequências.
Ele retirou-se na retaguarda de Bourges com seu exército de reserva e observou de longe, por seus batedores, o avanço romano, ao mesmo tempo em que mantinha contato com os habitantes de Bourges, encerrados em sua cidade e dispostos a suportar um longo cerco que César empreendeu sem hesitar.
Quando soldados romanos se afastaram demais da tropas para buscar forragem e víveres, Vercingétorix os atacou, os dispersou e causou também uma grande carnificina.
O cerco de Bourges foi marcado por episódios sangrentos, e nem sempre César e suas legiões tiveram a vantagem, isso porque os habitantes da cidade resistiram até à fome, e os exércitos gauleses de apoio desferiram golpes muito duros contra os soldados romanos.
Vercingétorix foi obrigado a afastar-se para tomar distância, elaborar uma nova estratégia e buscar o contato com o inimigo. Mas sua ausência é vista como suspeita e fala-se mesmo, nas fileiras gaulesas, de traição.
Esse episódio poderia ter custado a carreira e a vida de Vercingétorix.
Ele voltou ajuntar-se aos seus, que se inquietavam com sua ausência. Foi acolhido sem amenidade por seus soldados, cujas suspeitas nos são relatadas por César em frases:

"Todas essas circunstâncias não podiam ter acontecido por acaso e sem intenção da parte dele. Ele preferia ter império da Gália com o consentimento de César do que com o conhecimento de seus compatriotas."


Vercingétorix, diante dessa rebelião verbal que poderia se transformar em revolta declarada, não perdeu a calma, explicou as razões da ausência e por que não delegou então seu comando nem se lançou ao combate.
Impressionados, os gauleses aprovaram ruidosamente, batendo, como de costume, espada contra o escudo, aclamando seu chefe e censuram-se por terem duvidado dele por um momento. Mas o cerco a Bourges prosseguiu e tornou-se insuportável para a população civil.
As legiões romanas acabaram por assaltar a cidade, derrubaram as fortificações e massacraram muitos habitantes, em represália aos assassinatos de cidadãos romanos cometidos em Orléans. Não pouparam nem velhos, nem mulheres, nem Crianças. Os poucos sobreviventes buscam a proteção de Vercingétorix, que os acolhe em seu acampamento, mas cuidaram para abrigá-los num local retirado, para que esses derrotados não provocassem o pânico e a sedição nas fileiras de seu exército.
Ao raiar do sol, Vercingétorix, num discurso às tropas, lembra que nunca desejou defender Avaricum e lhes promete amanhãs felizes e vitoriosos com o prosseguimento de seu trabalho de unificação de toda a Gália, pedindo a todas as cidades gaulesas que forneçam recrutas.
César desceu então o vale do Loire e do Allier para chegar a Gergóvia, entre os arvernos, e impor-lhe o cerco, sabendo o quanto essa cidade natal de Vercingétorix tinha um poder simbólico.
Encarregou seu lugar-tenente Labieno, que se encontrava em Sens, de dominar os parisienses de Lutécia que, sob o comando do aulerco Camulogenos, originário de Evreux, também tomaram parte no levante geral.
Pela primeira vez o nome de Lutécia, isto é, a capital do povo dos parisienses, foi mencionada na História romana.
Labieno deixou os mais jovens de seus recrutas em Agendicum, isto é, em Sens, e dirigiu-se a Lutécia com quatro legiões.
Depois de muitas hesitações e diversas peripécias, Cainulngenos e seu exército gaulês se instalaram na margem esquerda do rio Sena (na altura atual da praça Saint-Germain-des-Prés), e enquanto os soldados de Labieno acamparam na margem direita, no local hoje do Louvre.
Com astúcia e valendo-se de uma tempestade e da noite, uma frota de pequenos barcos carregados de legionários conseguiu passar e desembarcar na atual Maison de la Radio.
Avisados, os gauleses acorreram ao local que seria a planície de Grenelle e lançaram-se a uma luta que lhes seria desfavorável, apesar da valentia e da coragem do chefe Camulogenos, que morreu na batalha.
Para escapar ao massacre, os gauleses fugiram imediatamente para as colinas de Meudon e de Issy, mas foram exterminados pela cavalaria romana lançada a seu encalço.
Após essa expedição, Labieno voltou a Agendicum (Sens), onde foram deixadas as bagagens de todo o exército.
Dali partiu ao encontro de César com todas as suas tropas.
Nesse meio-tempo, César cercou Gergóvia, cidade natal de Vercingétorix mas, uma revolta dos éduos o obrigou a abandonar o projeto de apoderar-se dessa cidade altamente simbólica. Naturalmente, apresentou sua retirada como uma necessidade estratégica e dirigiu-se em marcha forçada rumo a Bibracte, onde jogou com a rivalidade entre os chefes dessa cidade.
Após muitas lutas, matanças e escaramuças muitas vezes sangrentas, resolveu a questão e subjugou esse povo que havia muito dizia-se seu aliado e que, no entanto, assinou clandestinamente um tratado de aliança com Vercingetórix.
Este, encurralado pelas legiões de Labieno e de César que acabam de se juntar, vendo sua cavalaria e sua infantaria em debandada, pediu às nações gaulesas limítrofes o apoio à sua causa. Não lhe restou senão um único recurso estratégico: encontrar um sítio geograficamente inexpugnável e entrincheirar-se ali com todo o seu exército. Ele escolheu Alésia.
O cerco de Alésia pelos romanos, em agosto e setembro de 52 a.C., e a resistência dos gauleses fazem parte da gesta nacional de uma Gália unificada provisoriamente como nunca havia sido, e tanto da lenda quanto da História.
César compreendeu isso e se estendeu longamente sobre o que deveria marcar simbolicamente o fim da independência gaulesa.
Militarmente, porém, o bloqueio e a tomada de Alésia nada tiveram de excepcional, os legionários romanos servindo-se de todas as máquinas de guerra habituais, das torres de aproximação, elevando linhas de circunvalação e túneis, rechaçando os exércitos de apoio gauleses ou as saídas dos sitiados, sobretudo graças à cavalaria constituída de auxiliares germanos, e acabando por privá-los de água e de alimento, ante a investida bem-sucedida dos romanos.
Um último exército de apoio gaulês foi despedaçado. Os sitiados de Alésia, vendo os restos desse exército debandarem, compreenderam que tudo estava perdido.
Vercingétorix convocou então uma assembléia e comentou assim sua derrota, dizendo, segundo César, "que não empreendeu essa guerra para seus interesses pessoais, mas para a defesa da liberdade comum; e que, sendo preciso ceder ao destino, oferecia-se a seus compatriotas, deixando-lhes a escolha de apaziguar os romanos por sua morte ou de entregá-lo vivo".
Negociadores foram enviados a César que ordenou o desarmamento dos gauleses e a convocação de todos os chefes inimigos perante seu tribunal. Entre eles, Vercingétorix.


A Rendição de Vercingétorix


Rendição de Vercingétorix.


Júlio César foi voluntariamente lacónico sobre a rendição daquele que o enfrentou durante um ano e que conseguiu reunir os povos da Gália, o que era inimaginável para um romano.
Ele não quis fazer de Vercingétorix um herói nem um mártir.
Outros historiadores relataram a cena que forneceu o tema de muitos quadros de pintores de História, sobretudo no século XIX.
Ela não engrandece César, menos irritado pela coragem desse inimigo que ele admira implicitamente do que pela perda de tempo que este lhe impôs, obrigando-o a desviar-se do essencial, isto é, a política que se faz em Roma, nesse meio tempo, sem ele e sobretudo contra ele. Essa cólera foi expressa numa atitude mesquinha que não era digna de César.
Ele perdeu a serenidade. Foi Amédée Thierry, irmão esquecido de Augustin Thierry, que, levando em conta informações antigas sobre esse encontro último e trágico entre César e Vercingétorix, especialmente as de Dião Cássio e de Plutarco forneceu o melhor relato, em sua História dos gauleses:


Vercingétorix rende-se a César.


"Vercingétorix não esperou que os centuriões romanos o arrastassem de pés e punhos atados até os joelhos de César.
Montando um cavalo ajaezado como para um dia de batalha, vestindo ele próprio sua mais rica armadura, saiu da cidade e atravessou a galope a distância entre os dois acampamentos, até o lugar onde estava o procônsul. Fosse pois que a rapidez da corrida o levasse muito longe, fosse porque estivesse cumprindo apenas um cerimonial antiquado, ele girou em círculo em volta do tribunal, saltou do cavalo e tomando a espada, o dardo e o capacete, lançou-os aos pés do romano, sem pronunciar uma palavra".
Esse gesto de Vercingétorix, seu brusco aparecimento, seu porte elevado, seu rosto orgulhoso e marcial causaram entre os espectadores uma comoção involuntária.
César ficou surpreso e quase assustado. Guardou o silêncio por alguns instantes. Mas em seguida, explodindo em acusações e invectivas, censurou o gaulês por "sua antiga amizade, por seus benefícios que ele havia retribuído tão mal".
Depois, fez um sinal a seus lictores para que o atassem e o arrastassem pelo acampamento. Vercingétorix sofreu em silêncio.
Os lugares-tenentes, os tribunos, os centuriões que cercavam o procônsul, mesmo os soldados, pareciam vivamente comovidos.
O espetáculo de um tão grande e nobre infortúnio falava a todas as almas.
Somente César permaneceu frio e cruel.
Vercingétorix foi conduzido a Roma e lançado num cárcere infecto, onde esperou durante seis anos que o vencedor viesse exibir no Capitólio o orgulho de seu triunfo, pois somente nesse dia o patriota gaulês haveria de encontrar, sob o machado do carrasco, o fim de sua humilhação e de seus sofrimentos.
Após sua rendição, Vercingétorix foi levado prisioneiro a Roma e jogado em uma cela.
Sobreviveu até o triunfo final de César, e muito provavelmente morreu estrangulado na prisão Mamertina em 46 a.C..


Fontes
. Júlio César - De Bello Gallico - Comentários sobre a Guerra da Gália.
. DANDO-COLLINS; Stephen. A legião de César.

Nenhum comentário:

Postar um comentário